Rio de Janeiro (RJ) – Os ex-profissionais que disputam, a partir de hoje, o Citibank Masters Tour no Rio de Janeiro, se mostraram indignados com o crescente número de jogadores que estão caindo nos exames anti-doping da ATP. E as críticas não se dirigem apenas aos tenistas, mas aos profissionais das áreas médica e nutricional que trabalham com os jogadores e à falta de regras claras e punições mais severas por parte própria ATP.
O último caso divulgado pela Associação, envolvendo o argentino Guillermo Cañas foi o assunto do primeiro dia de jogos do Citibank, no Country Clube. Todos voltam os olhos para a Argentina, país que nas últimas temporadas já teve vários jogadores suspensos por causa do uso de drogas: Juam Ignácio Chela, Mariano Puerta e Guillermo Cória passaram por isso antes de Cañas.
O argentino Patrício Arnold, que vai disputar a 2a etapa do Citibank Masters Tour jogando ao lado de Júlio Góes, salienta que a culpa não é só dos jogadores. “Os tenistas não têm tanta culpa quanto os profissionais que formam a equipe dele. Não estão qualificados para isso, se aconselham ou indicam o uso de substâncias proibidas. Existe uma cartilha bem clara, com tudo que pode ou não ser ingerido e o atleta confia 100% em sua equipe. O caso de Chela e Cória exemplifica bem. Nenhum dos dois tomou qualquer coisa sabendo que era doping”.
Arnold também acredita que o sistema anti-doping da ATP é eficiente, mas pune a pessoa errada.
“Eles estão fazendo exames inclusive na pré-temporada e gostaria de acreditar que isso é para todos. Eles só pecam na hora de punir apenas os jogadores e deixar a equipe livre para, na semana seguinte, já estar trabalhando e fazendo a mesma coisa com outro atleta”, completou Arnold.
Para Nelson Aerts, o problema é o tempo de punição, que atualmente não passa de alguns meses e que permite que o tenista volte ao circuito rapidamente. ‘O profissional cai no exame anti-doping, fica quatro meses sem jogar e logo em seguida é vice-campeão de um Grand Slam. Aí, como você vai dizer que a droga não presta, que é ruim? As regras deveriam ser mais severas ou então, correr o risco e liberar tudo de uma vez”.
O auxiliar técnico da equipe brasileira da Copa Davis, Mauro Menezes, pensa também nos riscos à saúde dos atletas e nas implicações que um caso mais grave pode ter. “Se um garoto desses morre ou tem um acidente mais grave por causa do uso de doping, quem vai ser responsabilizado? A ATP, o preparador físico, o médico, o nutricionista? No nosso tempo tinha muito pouco doping, mas agora o número está aumentando e começa a se ter a idéia de que para ser um top 10, é preciso usar doping e isso não é verdade, estão distorcendo a realidade”, falou Menezes após um treino com seu parceiro de duplas, João Soares.
Os tenistas que disputam o Citibank Masters Tour a partir de hoje, às 18 horas, no Country Clube do Rio de Janeiro disputaram o circuito profissional entre os anos 70, 80 e início dos 90 e costumam lembrar que, naquela época, comentava-se que um ou outro jogador poderia estar usando doping, mas nunca houve confirmação e que o principal aditivo usado por todos era a alegria de estar dentro de quadra.
O Citibank Masters Tour 2005 é uma realização da Try Sports Empreendimentos Esportivos, com o patrocínio do Citibank e o apoio de IBM, Visa, Varig, Country Clube do Rio de Janeiro, Sheraton Rio e Revista Tennis View.
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