O ex-tenista profissional, Marcelo Saliola, que foi uma das grandes promessas do tênis brasileiro, está de volta, desta vez como técnico, ao Campos de Jordão Tênis Clube de Turismo palco de sua grande vitória na quadra central contra Cássio Motta. Saliola está acompanhando a número dois do Brasil e 315 no ranking da WTA, Jenifer Widjaja na Credicard MasterCard Tennis Cup, em Campos do Jordão. Ele conta que até o momento não há uma parceria formalizada, até porque a tenista ainda tem vínculos como Costão do Santinho. Confira a entrevista na íntegra:
Try Sports – Marcelo, conta um pouco sobre este trabalho com a Jenifer Widjaja. Quando começou?
Marcelo Saliola -Na verdade eu conheço a Jenifer já faz um tempo. Então, quando ela chegou da Europa e tava em São Paulo ela ligou para mim. Ela queria bater um papo para eu treina-la porque ela ia ficar duas semanas e precisava treinar em quadra rápida, e eu tava disponível.Na verdade é uma força que eu to dando pra ela e é lógico que como ela é uma grande jogadora se pintar uma oportunidade eu também estou afim de trabalhar. Mas sei que ela ainda tem vínculos com o Costão do Santinho e eu não quero passar por cima de nada. Eu vim acompanhar ela aqui para dar uma força até o final do torneio. Depois vamos ver o que pode acontecer.
TS – Como está a preparação da Jenifer para este torneio?
MS– Ela está muito bem, a gente colocou algumas coisinhas na cabeça dela, independente se vai ganhar o torneio ou se vai perder na primeira rodada. Lógico que o trabalho é sempre em médio prazo, mas ela está muito confiante com ela mesma e tem um potencial muito grande não só por ter 18 anos e já estar em 300 e pouco do mundo, mas pela garra e determinação tão grande que ela tem. E agora vamos tentar devagarzinho por um pouco mais de técnica, melhorar ‘aqui’ e ‘ali’ fisicamente, mas ela tem um futuro muito grande.
TS – A Jenifer chegou às quartas neste torneio quando tinha apenas 15 anos e a partir daí as pessoas começarama esperar mais resultados expressivos dela, e que de certa forma isso não aconteceu. Como ela se sente em relação a isso?
MS – Às vezes as pessoas dão uma explosão muito antes da hora. Eu já passei por isso, mas na verdade é bom que ela tenha dado apenas uma pequena explosão chegando numas quartas com 15 anos depois ela não explodiu tanto, mas se a gente for olhar o ranking dela, ela só vem em ascensão. Eu prefiro uma jogadora com ascensão lenta do que aquele que nada e chaga a 100 mundo tem muita chance de cair.
TS – Qual a sensação de voltar a Campos do Jordão, mas não mais como jogador, mas como técnico?
MS– A sensação é ótima. O jogador Marcelo Saliola teve a fase boa e a fase ruim dele, mas já faz uns seis anos que eu consegui assumir a carreira de treinador independentemente se for uma tenista profissional, juvenil ou até executivos, mas é uma carreira que eu assumi de verdade e estou investindo. E entrar em Campos no Tênis Clube é uma delícia porque foi aqui que eu tive minha primeira grande vitória. Eu ganhei do Cássio [Motta] na quadra central e tudo isso dá um ânimo e eu tentei passar isso pra ‘Jenie’ . O ar de Campos é muito bom e eu espero que ela tenha absorvido isso.