Desde junho deste ano, o Brasil conquistou mais um espaço na arbitragem internacional. O brasileiro Ricardo Reis diretor técnico e de arbitragem da Confederação Brasileira de Tênis foi nomeado diretor regional da arbitragem para América do Sul. Na nova função, Reis terá a missão de buscar alternativas para o desenvolvimento da arbitragem em todos os níveis na região. Em Campos do Jordão, como supersivor da chave feminina da Citibank MasterCard Tennis Cup, Reis conversou com a reportagem da Try Sports e detalhou os novos desafios. Confira:
Try Sports – O que é este novo cargo de diretor regional da arbitragem para América do Sul e como foi a sua nomeação?
Ricardo Reis – A ideia é procurar desenvolver a arbitragem em todos os níveis. Porque aqui no Brasil a gente sempre teve resultado na formação de novos árbitros desde o Paulo Pereira depois com Adão Chagas, Carlos Bernardes, agora com a Paula Vieira e Rafael Maia. Eu fui escolhido pelo contato que eu tive com o Andrew Jarrett, que assumiu o comando da arbitragem da ITF no ano passado. Ele esteve no Brasil, em novembro, para ministrar os Cursos Nível II, voltados a formação de ‘white badges’. Devido ao número de Futures no País havia essa demanda de mais árbitros certificados. Na ocasião conversamos durante os quatros dias e discutimos as necessidades e desafios da arbitragem na América do Sul. Outros poderiam ter sido escolhidos, mas acredito por eu não viajar tanto e ter tido esse contado acabou sendo eu.
TS – Quais os principais objetivos?
RR – Em primeiro lugar identificar as necissades e dificuldades dos países que tem poucos árbitros como Peru e Uruguai. Saber o porquê de não haver uma escola de árbitros. Claro que é preciso que esses países tenham torneios para esses novos árbitros, mas muitas vezes uma promotora desiste de fazer um torneio pelo custo de ter de trazer árbitros de outros lugares. O que nós vamos tentar fazer é promover um intercâmbio entre os países. É o que de certa forma a gente tem feito com sucesso no Brasil de maneira informal por meio contatos de quando eu viajava mais pelos torneios. Dependemos também das federações para que elas abosrvam esses novos árbitros. Ou seja, indicando os nomes para os torneios infanto-juvenis e assim essas pessoas comecem a ganhar experiência.
TS – Qual o passo seguinte?
RR – A segunda fase é tentar acompanhar a designação dos árbitros para os torneios. No final do ano, nós vamos estudar isso e dectando algumas disparidades tentar promover um equilíbrio para sempre ter pessoas novas para nivelar por cima a arbitragem. O árbitro novo está sempre aprendendo e motiva aquela mais antigo a não se acomodar.
TS – Depois do curso qual pode ser o caminho do ábritro?
RR – São duas frentes nesse início. Ou árbitro auxiliar nos torneios juvenis ou juiz de linha. A gente percebe pelo perfil de cada um. Aquele que faz perguntas de regras, ou aquele mais retraído.
TS – Qual seria o estágio final desse novo projeto?
RR – Eu acredito que seria importante que a gente fizesse na ITF o que faz a ATP. Ou seja, a ITF designar os árbitros e pagar ou a passagem ou o “FEE”. Algo com que o vínculo fosse com a ITF e não com os torneios.
TS – Como tem sido o contato com as Confederações?
RR – Até agora tem sido bem legal. Uma aceitação boa.
TS – O que essas mudanças representam para você?
RR – É muito orgulho para mim ser lembrado e ter a confiança da ITF para essa responsabilidade. Como o Paulo Pereira dissem, agora a ATP e a ITF tem um pedaço no Brasil. É um sinal de que todo o trabalho tem sido reconhecido e estamos no caminho certo. As vezes algumas coisas dão uma desanimada, mas quando vem uma notícia dessa motiva bastante. Com a confiança das federações eu tenho certeza de que vai dar resultado. Gente querendo se tornar árbitro é o que não falta.
TS – Aqui na Citibank MasterCard Tennis Cup já é possível ver essa renovação, certo?
RR – A gente sempre procura trazer gente nova. Primeiro experimentamos eles como juízes de linha. O curso todos fazem. Ninguém vai trabalhar se não tiver o curso feito. Aí a gente vai vendo o perfil de cada um e onde eles se encaixam melhor. A Vanessa Rocha veio para fazer o qualifying. A Taíse Soares fez jogos na chave principal. Então a renovação está sendo feita. No masculino também teremos caras novas, pode ter certeza.