Destaques na história do tênis mundial, os atletas do Itaú Masters Tour contaram, antes da etapa de encerramento da edição 2013, quais conselhos fizeram a diferença em suas vidas e carreiras. As declarações abaixo estão relacionadas a foco, persistência, escolha de amigos, superação, formação acadêmica, técnicas de jogo, comprometimento, convicções, dedicação, coragem e oportunidades pessoais e profissionais.
A temporada 2013 do Itaú Masters Tour teve Ricardo Mello e Luciana Tella como campeões do ano. O título já havia sido conquistado por Fábio Silberberg (2003 e 2004), Júlio Góes (2005), Danilo Marcelino (2006), Nelson Aerts (2007), João Soares (2008), Marcelo Saliola (2009 e 2010), Márcio Carlsson (2011), Givaldo Barbosa (2012), Andréa Vieira (2011) e Ana Paula Zannoni (2012).
Boa Leitura!
Júlio Silva
“Recebi dois conselhos muito importantes. O primeiro, foi dado pelo professor Zezinho, quando eu ainda era pegador de bola: ‘treine e jogue sem pensar no dinheiro, porque ele é consequência do seu trabalho’. O segundo, eu já era profissional e quem me deu foi o Flávio Sareta. Ele me disse: ‘negão, quando você entrar na quadra para jogar não entregue os jogos, lute até o fim.”
Givaldo Barbosa
“O conselho mais valioso que eu recebi foi enquanto eu batia bola no paredão do Esporte Clube Pinheiros sob a orientação do meu, então, técnico Fernando Aventurato. Ele me disse: ‘quando você bater paredão, não olhe pra parede’. Isso me fez olhar menos pra quadra e menos pros meus adversários. Eu descobri a coisa mais importante do tênis, que é ‘olha a bola’. Perdi o medo de jogar e perdi o medo dos meus adversários. Na época, eu estava com 20 anos.”
Pablo Albano
“Lembro de que, no início da minha carreira, meu pai falou para eu nunca desistir, independente do resultado. Martin Jaite [argentine que figurou entre os 10 melhores do mundo] falou uma vez para eu sempre me juntar a jogadores bons e vencedores, pois, assim eu iria agir e pensar como eles.”
Cesar Kist
“Recebi muitos conselhos importantes para a minha carreira. Foram conselhos relacionados a princípios fundamentais para a carreira de um jogador profissional, como por exemplo: ‘acredite em você’, ‘nunca desista’, ‘dê o seu melhor’, ‘busque seus objetivos’, ‘treine duro’. Gostaria de citar quatro pessoas: Iarte Adam (ex-campeão brasileiro adulto), Kakichi Sugino (treinador), Nuno Cobra (preparador físico) e Bertillo Kist (meu pai). Os três primeiros foram meus treinadores e esses conselhos foram dados na minha época de juvenil.”
William kyriakos
“Quando eu tinha ainda 10 anos, foi-me dito que para conquistar o que fosse, teria que sempre superar o resultado do meu melhor desempenho. Tudo o que conquistei no tênis foi desta forma. Quem me deu esse conselho foi o Oscar Schmidt. Eu treinava e jogava pelo Clube Sírio, onde fiquei amigo dele e várias vezes ajudei-o lançando bolas para que ele treinasse arremessos após o treino, quando todos os outros atletas já haviam ido embora e, muitas vezes, o ginásio estava com a luzes quase todas apagadas.”
Ricardo Acioly
“Continue a jogar tênis, pois você tem potencial de ser um bom jogador, mas não pare de estudar. Pegue as suas coisas e vá para os Estados Unidos, pois lá você poderá fazer bem as duas coisas, sem ter que abdicar de uma delas. Quem me deu este conselho foi meu irmão mais velho, o Claudio. Eu tinha 15 anos, estava adiantado na escolar e no ano seguinte entraria na faculdade. Fui para os Estados Unidos, fiz o último ano de High School, com 16 anos entrei na faculdade e me formei [em Marketing e Gestão de Sistemas de Informação] cinco anos depois. Ah, e não parei de jogar tênis.”
Roberta Burzagli
“A pessoa mais importante na minha vida tenística, meu grande incentivador, aquele que sempre me deu as melhores dicas foi meu pai. Foi com ele que eu pisei numa quadra de tênis pela primeira vez. Até taticamente ele me aconselhava. Ainda naquela época, quando eu jogava juvenil, ele sempre me dizia pra pegar a bola na subida, antecipadamente. O tênis feminino moderno atual é jogado assim.”
Adriano Ferreira
“Recebi dois conselhos importantes:
’Se você fizer tudo certo, terás uma pequena chance de se dar bem.
Se falhar, nem que seja por algum pequeno detalhe, não terás nenhuma chance’.
Meu ex-técnico Paulo Cleto me dizia isso, querendo mostrar como o tênis requer um compromisso extremo. Outro conselho foi: ‘Faça o seu melhor. Gangar ou perder é do jogo. Sua unica obrigação é fazer sempre o seu melhor’. Isso aprendi com meu amigo, parceiro de duplas e técnico João Zwetsch.”
Roberto Jábali
“Meu pai uma vez disse: ‘Dê 100 % do que você pode’. Outro conselho importante, que eu não me lembro de quem recebi, foi: ‘Lembre-se de que do outro lado [da quadra] tem outra pessoa que pode estar pensando e sentindo o mesmo que você’.”
Patrícia Medrado
“O conselho mais importante que recebi na vida foi do meu pai, bem antes do início da minha carreira profissional. Como, na minha infância, quando cursava o primário, passei em primeiro lugar e recebi de presente uma caneta de ouro e um cartão com os seguintes dizeres: ‘O que quer que faça, faça-o bem, por favor!’ Embora nem sempre possível, esse é o norte da minha vida.”
Ana Paula Zannoni
“Eu deveria ter entre 15 ou 16 anos. Estava num momento de transição, tanto na carreira como na vida pessoal. Tinha dúvidas se continuava jogando e mantinha toda a discipina de uma atleta ou se largava mão de tudo e ia curtir a minha idade: ir a festas, namorar, sair com as amigas, viajar, etc. Conversando sobre isso com Eloy de Souza, meu treinador na época, ele me fez acreditar que o tênis valeria a pena na minha vida, que me abriria várias portas. Decidi continuar e, realmente foi um ótimo conselho, pois hoje trabalho com o que gosto e o tênis me abriu muitas portas, profissional e pessoalmente.”
Alexandre Hocevar
“Nos anos de 1989 e 1990, meus melhores como profissional, lembro do meu irmão Marcos [ex-top 30 do mundo] me dando um super conselho: ‘Jogar tênis, mesmo o competitive, tem que ser com muita alegria e dedicação. É a forma ideal para conseguir 100% de aproveitamento’. Achei o máximo, pois antes disso eu sofria muito com os jogos, especialmente com as derrotas. Devo a ele muito dos meus resultados na carreira. Formamos uma excelente dupla, dentro e fora de quadra.”
Fábio Silberberg
“A História não fala dos covardes. Quem me falou isso foi meu pai, Eugênio, desde a época em que eu jogava até hoje, em diversos momentos chaves e estratégicos, nos quais a tomada de uma decisão corajosa e correta pode ser decisiva para o sucesso.”
Sumara Passos
“Fui aconselhada pelo meu querido pai a retomar os estudos, já que parei de estudar por quatro anos após concluir o primeiro grau, quando, aos 14 anos, fui morar no exterior pra treinar e jogar. Me lembro que ele me disse: ‘caso a carreira profissional não aconteça da maneira que espera, você estará pronta pra uma universidade, até, quem sabe, com bolsa de estudos por meio do tênis. Estava com 18 anos, segui o conselho e cursei, logo em seguida, Educaçao Fisica com bolsa de estudos e ingressei no mercado de trabalho com uma formação.”
Sabrina Giusto
“Muitas pessoas me ajudaram ao longo da minha carreira, mas, com certeza, um conselho que guardei fortemente e sigo ‘espraiando’, como uma boa gaúcha diria, é do meu conterrâneo Larri Passos: ‘A palavra certa é convicção e não confiança. Tens que se dizer para seu aluno convicção. Se dizeres confiança, ele entenderá que está sem confiança’.”